sexta-feira, 14 de junho de 2013

Esperança


Olhei para o céu cinza; triste
O solo ressequido como os lábios sedentos 
Os olhos turvos pelo pó
Pés cansados de vagar
Doem as articulações
Não há sono

No meio de mim... um vazio
Ruge o Leão que na fome se esconde
Fraco; Atordoado; Errante
Coração pulsante como as feridas abertas
Sangra a alma frágil
Oh dor hercúlea! 

Na boca o gosto de sangue e a grossa saliva
Garganta seca; dor
Deito-me
O chão árido, parece querer sugar-me
Permaneço lutando para não fechar as portas da vida
Seguro firme ao que me prende
Ao lado, jaz alguém que se cansou de esperar

Qual amigo me salvará?
Qual mão me soerguerá?
Onde estás que não responde? 
Nas alturas dos céus ou nos recônditos dos montes...
Onde estás que não responde?

Permaneço aqui, inerte; a esperar-te.


Escrito por Mr.Brunos