Cansado de olhar e não ver
Cansado de gritar e não ser ouvido
Cansado de tudo poder e nada ter, nada ser
Imerso em sua própria existência inexistente
A lágrima correr o rosto marcado
As mãos ressequidas e tremulas hidratam-se no pranto sofrido
A boca seca e a garganta arrolhada pelo nó da desilusão
O coração pulsando, doendo, sangrando
Um vazio no estômago e uma dor que lhe invade a alma
É dia de visita....
O sorrir já esteve presente e o alegrar-se, já fora visitante
Por horas, contempla a felicidade dos outros
Por horas, acompanha ao longe as famílias a buscarem os seus
Olha ao redor e não há ninguém
Senta-se à beira do caminho para sonhar o passado
Presente é, o passado que vive; Futuro... passado que foi
Ali, a degustar sua angustia, não espera e nem pensa
Vive... sobrevive...
Abandonado em um canto qualquer como um resto de sobras
Só; em seu último lar
No asilo de sua alma, no asilo de seu penar.
* Homenagem aos milhões de Pais e Mães esquecidos por seus filhos nos asilos. E aos asilados pelo esquecimento.
Escrito por Mr.Brunos
2 comentários:
Que lindo, meu amigo querido. saudades dessa alma poeta. abraços.
Bel
Obrigado pelo carinho Belzinha!!! Saudades de você também. Espero que possa sempre dar uma passadinha neste cantinho que também é seu. Abração!!
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