quarta-feira, 25 de julho de 2012

Abandonado


Cansado de pensar, de buscar, de lutar
Cansado de olhar e não ver
Cansado de gritar e não ser ouvido
Cansado de tudo poder e nada ter, nada ser
Imerso em sua própria existência inexistente

A lágrima correr o rosto marcado
As mãos ressequidas e tremulas hidratam-se no pranto sofrido
A boca seca e a garganta arrolhada pelo nó da desilusão
O coração pulsando, doendo, sangrando
Um vazio no estômago e uma dor que lhe invade a alma

É dia de visita....

O sorrir já esteve presente e o alegrar-se, já fora visitante
Por horas, contempla a felicidade dos outros
Por horas, acompanha ao longe as famílias a buscarem os seus

Olha ao redor e não há ninguém
Senta-se à beira do caminho para sonhar o passado
Presente é, o passado que vive; Futuro... passado que foi

Ali, a degustar sua angustia, não espera e nem pensa
Vive... sobrevive...
Abandonado em um canto qualquer como um resto de sobras
Só; em seu último lar
No asilo de sua alma, no asilo de seu penar. 
  

* Homenagem aos milhões de Pais e Mães esquecidos por seus filhos nos asilos. E aos asilados pelo esquecimento.

Escrito por Mr.Brunos


2 comentários:

Anônimo disse...

Que lindo, meu amigo querido. saudades dessa alma poeta. abraços.
Bel

Misterbrunos disse...

Obrigado pelo carinho Belzinha!!! Saudades de você também. Espero que possa sempre dar uma passadinha neste cantinho que também é seu. Abração!!